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Promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo recebe Medalha Ruth Cardoso

Estado de São Paulo concedeu a Fabíola Sucasas honraria que marca luta por igualdade de gênero

A Promotora de Justiça Fabíola Sucasas recebeu, em 6 de abril, no Palácio dos Bandeirantes, a Medalha Ruth Cardoso. A honraria é inspirada na luta da antropóloga pelos direitos da mulher e é concedida, anualmente, a personalidades e entidades que se destacam neste campo.

Em sua manifestação, Fabíola enfatizou a importância da atuação conjunta de diversas instituições na luta pela igualdade de gênero. A Promotora de Justiça do MPSP Nathalie Malveiro prestigiou o evento.

Leia um trecho do discurso da Promotora de Justiça Fabíola Sucasas:

A OUTORGA DESTA MEDALHA NÃO REPRESENTA UMA OUTORGA PESSOAL.

Representa o reconhecimento do Ministério Público e o seu compromisso com a igualdade e a dignidade das mulheres. É o Ministério Público de São Paulo, que integro há 25 anos e que, ao lado de colegas, empreendemos esforços diários e dedicação pela luta e defesa dos direitos fundamentais.

Representa o reconhecimento do valor das mulheres paulistanas, das mulheres do Brasil. Representa as nossas Marias, que clamam por socorro, proteção em nome das que já foram, das que aqui estão e das que virão.

É por nós que quero dedicar essa honraria. Das mulheres dos movimentos sociais, do agro, da indústria, do campo, das igrejas, da liderança, da política, das mulheres negras, das trans, de todas! Não importa a idade, a classe social, não importa a origem. Não importa!!

A outorga dessa medalha representa o valor das Instituições parceiras, daquelas que compreendem a corresponsabilização pela igualdade de gênero como um dever não apenas institucional, mas um dever cívico, um dever humano.

A outorga dessa medalha vem dos valores das mulheres da nossa família, das nossas mães, das nossas irmãs, das nossas sogras, tias, sobrinhas, da nossa ancestralidade.

Ela vem do fruto das minhas experiências, como vítima ou como alguém que superou as dores da violência; como fruto do meu amor, da força do ventre que compõe meu corpo e que me fez gerar os filhos que tanto amo.

Se nesse peito posso carregar essa medalha, não seria outra a responsabilidade de carregar nos ombros a honraria. Como bem nos ensina Exupery, somos responsáveis pelo que cativamos.

E por fim, citando a saudosa Lygia Fagundes Telles, uma forte referência feminina da nossa literatura que recentemente se foi, “uns lutam com o cimento armado. Com as leis. Outros, com os bisturis. Com as máquinas – tantas e tão variadas lutas. Eu luto com a palavra. Não interessa, é a minha vocação.”