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APMP 80 anos: Zuleika Sucupira Kenworthy, pioneira do Ministério Público

Falecida em dezembro de 2017, aos 105 anos, foi a primeira mulher promotora de Justiça de São Paulo, do Brasil e da América Latina; foi, também, a primeira mulher a se associar à APMP

Falecida em dezembro de 2017, aos 105 anos, Zuleika Sucupira Kenworthy foi a primeira mulher promotora de Justiça de São Paulo, do Brasil e da América Latina. E foi, também, a primeira mulher a se associar à Associação Paulista do Ministério Público (APMP). Formada em Direito no Largo São Francisco, na turma de 1942, tomou posse dois anos depois no Ministério Público de São Paulo (MPSP). Atuou em Dois Córregos, Capivari, Campinas, Martinópolis, Pirajuí, Piraju, Piracaia, São Carlos e Jaú, retornando a São Paulo no cargo de 2ª curadora de Menores.

Em 1963, Zuleika Sucupira Kenworthy representou a instituição no Grupo de Trabalho Latino-Americano de Peritos para a Prevenção do Crime e Tratamento de Delinquentes, em Caracas, na Venezuela. Esteve ainda à frente do Instituto Latino-Americano de Criminologia, entre 1965 e 1967. Entre 1969 e 1970, foi diretora do Serviço Social de Menores da então Secretaria de Promoção Social. Em 1975, foi promovida à procuradora de Justiça e representou o MPSP no Conselho Estadual de Menores. Atuou durante 32 anos até se aposentar, em 1976, como procuradora de Justiça.

Teve carreira exemplar na instituição, com atuação marcante principalmente junto à Curadoria de Menores. Em dezembro de 2013, descerrou a placa de inauguração do Memorial do MPSP, no edifício-sede da instituição. Como associada à APMP, foi homenageada por inúmeras diretorias, ao longo das décadas. Uma das honrarias foi a placa comemorativa que recebeu durante o XI Encontro dos Promotores e Procuradores de Justiça Aposentados, realizado pela entidade de classe em setembro de 2015, no município de Águas de São Pedro.

Zuleika Sucupira Kenworthy foi escolhida, também, para conceder o primeiro depoimento do livro “Memórias dos Aposentados do MPSP”, iniciativa coordenada pela diretora Cyrdêmia da Gama Botto, produzida e publicada pela APMP em 2014 e citada por diversas vezes na presente obra. A diretoria da Associação também batizou com o nome de Zuleika Sucupira Kenworthy sua nova Sede Administrativa, inaugurada em 2017 no Centro de São Paulo.

Por ocasião do falecimento da procuradora de Justiça aposentada, a Associação divulgou Nota de Pesar na qual destacou: “Pelo pioneirismo, pela brilhante atuação profissional, que elevou a reputação do Ministério Público de São Paulo e do Brasil, e pelo exemplo que norteará, para sempre, os membros da Instituição, nós, da APMP, dirigentes, associados e funcionários, externamos o mais profundo sentimento de gratidão, de respeito e de pesar pela Dra. Zuleika Sucupira Kenworthy”.

A partir do exemplo de Zuleika Sucupira Kenworthy, a APMP e, posteriormente, a Administração Superior do MPSP, abriram espaço para mulheres em cargos diretivos, com pioneiras como Luzia Galvão Lopes da Silva (primeira diretora mulher da entidade de classe e primeira desembargadora do Estado de São Paulo), Tilene Almeida de Morais (diretora da Associação e primeira chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça), Maria José Del Papa Zacharias, Nair Ciocchetti de Souza, Flora Maria Borelli Gonçalves, Vera Lúcia Nogueira Franco, Isabela Gama de Magalhães Gomes (primeira mulher a integrar Banca Examinadora de Concurso de Ingresso ao MPSP) e Eliana Leonel Ferreira (diretora da APMP, primeira mulher a ser assessora da Corregedoria-Geral), entre tantas promotoras e procuradoras de Justiça que elevaram o nome da instituição.